
Subsidiado pelo
Ministério
da Cultura / IPAE e numa coprodução com o
O GRUPO / AMASCULTURA, Ana Nave escolheu a peça JANTAR ENTRE AMIGOS
(DINNER WITH FRIENDS)
de Donald Margulies,
autor premiado com
o PULITZER 2000.
Um teatro das pessoas. Sobre
as pessoas e para elas. Por elas. Através do mundo que tecem no quotidiano.
Encontrando na vida uma razão de existir, um sentido. Múltiplos sentidos.
O grande teatro está dentro de nós. Por isso nos comovemos ao encontrá-lo.
Por isso o procuramos e o fazemos. O teatro, afinal, somos nós e é sobre
nós o seu eterno discurso. Encenamos os nossos amores, os nossos ódios
e violências, os sonhos que sonhamos sem querer, os desejos a que nos
vemos obrigados.
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Desde
o sonho do amor em CADAVRE EXQUIS, passando pela violência urbana em
INIMIGO DE CLASSE ou a angústia da exposição dos sentimentos mais profundos
em
I STAND BEFORE YOU NAKED, até à analise de um quotidiano anódino em
OS SEIS SENTIDOS E O SENTIDO DO PECADO, desfilam personagens imbuídas
de uma humanidade comovente que representam um vastissimo leque de situações
e conflitos, com os quais tanto os actores como os espectadores se identificam,
se questionam e onde se reconhecem, por vezes com incredulidade. Entre
1993, ano em que encenou CADAVRE EXQUIS, até 1999, Ana Nave trabalhou
com diversos grupos de actores e criativos, em espaços muito diferentes
e com caracteristicas especificas. Na Casa da Juventude em Cacilhas,
com meios minimos, ou numa estrutura como o Teatro da Malaposta, onde
as condições de trabalho são outras, desenhou um projecto de encenação
pautado por um rigor e uma
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vitalidade assinaláveis,
conseguindo aliar eficácia de gestão de recursos a sensibilidade artística.
Estamos perante um percurso que, longe de ser individual, tem solicitado
a intervenção de profissionais de teatro, fixando colaboradores mais
ou menos constantes, prefigurando um projecto consistente. A busca de
uma linguagem teatral inovadora em que o gesto e a palavra se completam
num discurso especifico e contundente, é um traço comum aos espectáculos
produzidos por este colectivo que se vai afirmando a cada passo.
A alternância de textos de autores estrangeiros contemporâneos com a
produção de uma dramaturgia portuguesa que acompanha o nosso quotidiano,
permitem uma reflexão profunda sobre questões pertinentes e de inegável
actualidade. A procura da peça tem sido o ponto de partida de uma análise
até ao mais profundo do pensamento do autor, para tornar sensivel da
forma mais viva o seu sonho, ao público.
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